A pedido da PGR, o ministro Dias Toffoli determinou a abertura de inquérito para investigação de supostas irregularidades atribuídas a Sergio Moro e aos então integrantes do ministério público do Paraná, nos anos lavajatistas. De acordo com a PGR, o ex-deputado estadual paranaense Tony Garcia teria relatado sua atuação como “colaborador infiltrado” sob instruções de Moro e dos membros da força-tarefa, e ainda teria descrito fatos indicativos de “chantagens, coações, ameaças e constrangimentos até os dias atuais.” Os argumentos do procurador-geral convenceram Toffoli sobre uma pretensa necessidade de instauração de inquérito, que decorreria da “plausibilidade da investigação de condutas, em tese, tipificadas como crime”.
De pronto, como levar uma população inteira a crer na isenção dos atuais protagonistas do universo judiciário para a avaliação de fatos comprovados por documentos, e cuja veracidade já havia sido chancelada por nossos próprios tribunais, em diversas instâncias? Ora, não há como enxergar imparcialidade em um acusador que, até pouco tempo, era sócio do ministro Gilmar Mendes – assumido desafeto de Moro! -, e muito menos em um supremo togado que, segundo provas materiais e depoimentos de delatores, constava como o “amigo do amigo do meu pai” na famosa planilha da Odebrecht. Aliás, após sua catastrófica decisão de anulação de todas as provas colhidas no acordo de leniência com a empreiteira, e sua afirmação de que “a prisão de Lula foi um dos maiores erros judiciários da história do país”, a atuação de Toffoli no Supremo chegou a ensejar repúdio até por parte de órgãos internacionais, como a OCDE.
Seguimos acompanhando as manobras de figurões empenhados em apagar os documentados malfeitos de seus “parceiros”.
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