Em acordo de delação, o ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos letais contra a vereadora Marielle Franco, denunciou Domingos Brazão como mandante do crime. Conselheiro vitalício do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e ex-deputado, Brazão havia sido preso na operação policial “Quinto do Ouro” (desdobramento da Lava-Jato), solto no ano anterior ao do assassinato de Marielle, e reconduzido ao cargo de conselheiro por deliberação da 2ª Turma do STF, em 2021.
Enquanto aguardamos a homologação da delação pelo STJ, podemos pensar nesse enredo sórdido como boa ilustração sobre a necessidade de combate irrestrito à criminalidade (incluindo-se aí a corrupção), em todas as esferas e em todos os nichos políticos. A recusa covarde em prender e manter detidos corruptos envolvidos em falcatruas comprovadas pode custar vidas. Nesse caso, pode ter custado a da vereadora. Em nossa rotina, custa as vidas dos usuários de serviços públicos sucateados, fonte de desvios pelas rapinas de plantão.
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