Delegados repudiam a escola Vai Vai por associar policiais a figuras demoníacas

Na última segunda-feira (12), o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) emitiu nota de repúdio contra a escola de samba Vai Vai, que, em seu desfile deste ano, apresentou a tropa de choque da PM como um esquadrão de demônios. Segundo a nota, “com direito a chifres e outros itens que remetiam à figura de um demônio, as alegorias utilizadas na ala “Sobrevivendo ao inferno” demonizaram a polícia – algo que causa extrema indignação.” Ainda de acordo com o sindicato, a agremiação, em nome da arte e da liberdade de expressão, “afronta as forças de segurança pública, e desrespeita e trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados”.

Por fim, os delegados manifestaram seu anseio de que a escola “num momento de lucidez e de reflexão, reconheça que exagerou e incorreu em erro na ala em questão, e se retrate, publicamente.” Em sua conclusão, a nota enfatizou que “não estamos falando, afinal, apenas dos policiais, sejam civis ou militares, mas, sobretudo, de uma instituição de Estado que representa e está a serviço de toda a sociedade bandeirante.”

A liberdade de expressão talvez seja mesmo a maior conquista das sociedades civilizadas. Nesse caso, por exemplo, a escola manifestou na avenida o que bem quis – sem qualquer tentativa de mordaça prévia pleiteada por corporações policiais em aventuras judiciais -, e, em seguida, os delegados puderam externar o seu repúdio. Nesse embate público desencadeado pela Vai Vai (em desfile protagonizado pelo ministro dos direitos humanos, Sílvio Almeida), caberá a cada indivíduo livre julgar ambas as posturas. E definir se é mais simpático a uma escola de samba que generaliza eventuais malfeitos de membros da corporação para demonizar uma instituição encarregada da manutenção da ordem pública, ou se enxerga pertinência na contestação formulada pelos delegados.

Entre nós, muitos jornalistas e influenciadores são calados e até presos por críticas às pessoas dos togados de cúpula, como se se tratasse de ofensa ao próprio Estado Democrático de Direito. No entanto, quando os ataques são dirigidos a corporações policiais (instituições de Estado, como o próprio Judiciário), não se vê qualquer ameaça punitiva por parte promotores, ou dos nossos histriônicos magistrados. País dos dois pesos, duas medidas.  

Fonte: Revista Oeste

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