Para Barroso, Forças Armadas tiveram “comportamento decepcionante” na eleição

Em entrevista concedida, nesta quarta-feira (21), à GloboNews, o ministro Barroso, presidente do STF, criticou as Forças Armadas por “levantar desconfianças e suspeitas infundadas” sobre o sistema eleitoral. Ainda relatou a criação de uma comissão de transparência, em que os militares “tiveram um comportamento bastante decepcionante”.

Eu, na presidência do TSE, montei uma comissão de transparência. O que havia era um discurso do presidente levantando suspeitas e desconfianças sobre a votação eletrônica no Brasil, cuja lisura é inquestionável”, afirmou Barroso. Prosseguiu o togado, afirmando que: “eu chamei as Forças Armadas e eu preciso dizer, e lamentando muito, que tiveram um comportamento bastante decepcionante porque chamei para dar transparência, para ajudar na segurança, para prestigiar a instituição, e eles acabaram sendo manipulados para levantar desconfianças e suspeitas infundadas.” E concluiu, dizendo que tal conduta seria “a prova de que uma má liderança faz muito mal para uma instituição. (…) Apesar de tudo, apesar de terem levantando suspeitas, apesar de terem procurado incansavelmente uma coisa errada, tiveram de fazer um relatório dizendo “não achamos”.”

Mais uma vez, um togado de cúpula se manifestou fora dos autos e teceu um prejulgamento sobre o ex-presidente, ainda envolvido em processos sob sua jurisdição. Como será que, à luz da legislação processual, o ministro poderá não se dar por impedido de vir a atuar no julgamento do caso deflagrado pela Operação Tempus Veritatis – cujo principal alvo foi Bolsonaro – após tê-lo classificado, em público, como “uma má liderança”?

Ainda atacou instituição de estado (as FFAAs), assim como a própria liberdade de expressão. Afinal, em regime verdadeiramente democrático, nenhum tema pode ser tido como “inquestionável”, e indivíduos não podem sofrer uma repreensão apriorística, pelo simples fato de “questionarem”. Tempos de “inovações”. Tempos de “insegurança”.

Fonte: Revista Veja

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1 Comment

  • Marcos Marques da Silva.

    Sou engenheiro mas gosto de temas jurídico e afirmo que também o Sistema Jurídico do Estado é pago pelos nossos impostos portanto o foco de todos os servidores públicos é a população nós pagamos e queremos resultados.

    A democracia é relativa ao tempo ontem era uma hoje outra e certamente amanhã será outro FOCO.

    Marcos Marques da Silva, servidor público municipal de Paraty RJ BRASIL

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