Conforme informações prestadas por sua defesa, o ex-presidente Jair Bolsonaro manteve o silêncio durante depoimento prestado nesta quinta-feira (22), na Polícia Federal, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de estado. Segundo o advogado Paulo Cunha Bueno, “o presidente já saiu, fez uso do silêncio conforme a defesa antecipou. Esse silêncio, quero deixar claro, não é simplesmente o uso do exercício constitucional silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos pelos quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos.”
Como noticiado aqui, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, havia negado a Bolsonaro o acesso à íntegra da delação de Mauro Cid, elemento-chave nas investigações. Para Cunha Bueno, “a falta de acesso a esses documentos, especialmente as declarações do tenente-coronel Mauro Cid e as mídias eletrônicas obtidas dos telefones celulares de terceiros e computadores, impedem que a defesa tenha um mínimo conhecimento de por quais elementos o presidente é hoje convocado a esse depoimento”.
Sem conhecimento de todas as imputações, e, em particular, das provas que as tiverem fundamentado, há prejuízo inequívoco à defesa. Nessas circunstâncias, não há sobre o que falar.
Fonte: Gazeta do Povo
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