A PF (Polícia Federal) pretende incluir, no inquérito que investiga uma suposta organização de golpe de Estado, uma declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em evento realizado no último domingo (25). Sobre as acusações que lhe foram imputadas no âmbito da Operação Tempus Veritatis, Bolsonaro afirmou, diante de uma avenida Paulista lotada: “agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Golpe usando a Constituição. Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio.”
Três dias antes, em depoimento aos agentes policiais, havia optado pelo silêncio. Preferiu falar nas ruas o que se sentiu “desconfortável” para compartilhar com funcionários estatais encarregados de ouvi-lo. E, se a PF efetivamente incluir esse trecho do discurso nos autos do inquérito, atestará sua incapacidade de obter provas durante o exercício de seu ofício. Além, é claro, de completo desconhecimento da Constituição, pois a decretação do estado de defesa, dentro do devido rito, é prevista na lei maior, sendo, portanto, insuscetível de caracterizar “golpismo”.
Fonte: Poder 360
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