Como noticiado pela jornalista Bela Megale em sua coluna em O Globo, o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, deve pedir a instauração de um processo criminal contra o ex-juiz da Lava Jato, e hoje senador Sergio Moro. O pretexto será o resultado da correição extraordinária na 13ª Vara Federal de Curitiba e na 8ª Turma do TRF-4, onde tramitou a Operação Lava Jato em primeira e segunda instâncias.
Ontem (1), veio a público a informação de que Salomão concluiu a inspeção e liberou o caso para votação pelo CNJ. Caberá ao presidente do órgão, ministro Barroso, pautar a ação. Segundo relatório parcial de inspeção realizada pelo Conselho, teria havido uma “gestão caótica” de recursos bilionários, oriundos de multas aplicadas aos réus da Lava Jato em acordos de leniência e delação premiada fechados com o MPF.
Se instaurada uma medida criminal, Moro será julgado pelo STF, por dispor de foro privilegiado como senador.
Muita “coincidência” que Salomão tenha liberado seu relatório na mesmíssima data da leitura do voto do desembargador Falavinha do TRE/PR, contrário à cassação de Moro. A mesma “coincidência” se verifica no timing do processamento das ações eleitorais no Paraná e da tal correição na vara outrora capitaneada por Moro.
O país inteiro já testemunhou as cifras bilionárias de verbas saqueadas do erário por caciques reassentados no poder e por seus aliados, e devolvidas tão somente graças ao trabalho da força-tarefa da Lava-Jato. Caberá a Salomão demonstrar em que medida a gestão dos recursos teria sido “caótica”. Se puder, é claro.



