O jornalista português, Sérgio Tavares, foi detido pela PF (Polícia Federal) no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando desembarcava, na manhã deste domingo (25), para fazer a cobertura da manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo vídeo publicado mais cedo, pelo próprio Tavares, em sua conta no X (atual Twitter), “estou retido no aeroporto de São Paulo, todos os passageiros tiveram autorização para sair, menos eu. A Polícia Federal tem o meu passaporte retido e dizem-me que o superior me quer fazer questões. Tudo porque vim divulgar a manifestação pela democracia convocada por Bolsonaro.” Ainda nas palavras do jornalista, “eu vim apenas tirar imagens do evento de Bolsonaro para mostrar ao mundo essa grande manifestação pela democracia que se vai passar hoje.”
Pouco menos de duas horas depois, às 10h14, postou outro material, para informar que havia sido interrogado pela PF “sobre urnas, fraude eleitoral, ditadura do judiciário e vacinas”, e que, por orientação de advogado, havia permanecido em silêncio. Solto somente às 11h23, Tavares disse que que irá “mostrar ao mundo o que se passa no Brasil”.
A PF não pode deter pessoas a seu bel prazer, mas somente para a apuração de crimes contra a União e para a prevenção e repressão ao narcotráfico, ao contrabando e ao descaminho. Tavares não consta como traficante ou contrabandista procurado internacionalmente, e sim como jornalista, no livre exercício de uma profissão lícita. Aliás, o grande “receio” das autoridades policiais em relação ao ingresso de Tavares no país parecia residir na opinião do estrangeiro sobre o funcionamento do nosso sistema eleitoral, sobre nossos desmandos togados e nossa política de vacinação.
Como qualificar um país onde togados de cúpula abrem as portas de presídios a criminosos perigosos, enquanto determinam que “sua” polícia federal trate um visitante como “suspeito” de delitos de opinião?
Fonte: Poder 360
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