Nesta terça-feira (19), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal por suposta adulteração da carteira de vacinação contra a Covid-19, com a inserção de dados falsos no certificado de imunização. Além de Bolsonaro, também foram indiciados o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente; a esposa dele, Gabriela Cid; o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ); além de ex-assessores, militares e profissionais da saúde envolvidos no esquema. Os dados teriam sido inseridos em cartões de vacinação emitidos pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás e pela prefeitura de Duque de Caxias (RJ).
Segundo a PF, os dados, inseridos nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, teriam promovido uma “alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”. Ainda de acordo com as autoridades policiais, as alterações teriam sido usadas como meio para burlar “restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid-19”, e para “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19.”
Em depoimento prestado, em maio do ano passado, Bolsonaro confirmou sua autorização para que a Controladoria-Geral da União (CGU) apurasse a suposta adulteração nos últimos dias do mandato, em 2022. Na época, também havia autorizado a divulgação de seu cartão de vacinação.
Lá seguimos nós, investigando supostas adulterações em certificados de imunização, enquanto convivemos com o reassentamento de criminosos notórios no poder, e com o esvaziamento diário de inquéritos sobre corrupção grossa, anulados ou trancados por magistrados aos quais caberia o dever funcional de levá-los a cabo. Nossa rotina se tornou uma sucessão de “cortinas de fumaça”.
Fonte: Gazeta do Povo
Compartilhe



