O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) foi o principal alvo da 24ª fase da operação, deflagrada hoje para o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes. Durante quase duas horas, agentes da polícia federal vistoriaram o gabinete do parlamentar, onde recolheram documentos, aparelhos e objetos. Segundo a polícia federal, mais dois mandados foram cumpridos no Distrito Federal, e oito no Rio de Janeiro.
De acordo com esclarecimentos prestados por autoridades policiais, essa fase da operação se destina a identificar “pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado.” Já o deputado, em comentário sobre a nova etapa de mais um inquérito sigiloso e iniciado de ofício, classificou a medida como “perseguição”, e ainda afirmou que “é lamentável a ditadura que estamos vivendo no Brasil, mas não vamos desistir, não vamos nos intimidar“.
Além das habituais irregularidades em operações tornadas verdadeiras “caçadas” contra todos os que manifestem opiniões tidas, pelos maiorais togados, como “antidemocráticas” – seja lá o que signifique isso -, a busca em gabinete de deputado pela mera expressão de suas ideias é mais um atentado à imunidade parlamentar. Tornando a contrariar dispositivo expresso da nossa Constituição, o togado à frente da operação não admite que parlamentares sejam invioláveis, tanto no plano civil quanto no criminal, por suas palavras e votos. Esse abuso contra o parlamentar reflete as arbitrariedades praticadas diariamente contra nossas liberdades, em particular contra a liberdade de expressão.
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